sábado, 8 de maio de 2010

Capitanismo ou atuação gramsciana no Exército?

Por Luiz Eduardo Silva Parreira

Para quem ainda tinha esperanças de que a AMAN estava descontaminada pelo "verme do militar melancia" (aquele que é verde por fora, mas vermelho (comunista) por dentro); para aqueles que ainda sonhavam que a doutrinação do Exército Brasileiro (EB, hoje deveras fraca, diga-se de passagem) esclareceria suas fileiras; aos que ainda supunham que as Forças Armadas saberiam conter o inimigo socialista, eu sinto muito, mas ESTÁ TUDO DOMINADO.

Há alguns meses o serviço secreto colombiano informou que havia bolivarianos infiltrados na Força Aérea Brasileira. De que as FARC-EP tinham gente sua dentro da FAB (http://www.alertatotal.net/2009/02/coronel-colombiano-denuncia-infiltracao.html).

Agora isso: Da coluna do Cláudio Humberto

“Pró-Dilma
Alvo da ira de militares por apoiar em seu blog a candidata petista Dilma Rousseff, o capitão do Exército Luís Fernando Ribeiro, 32 anos, será investigado pelo Ministério Público Militar, por suposto "crime militar". No blog, ele aparece abraçado a Tarso Genro, candidato petista ao Governo gaúcho. Ribeiro é pré-candidato a deputado federal pelo PT e alega "perseguição política". Ironiza: "Vou pedir asilo político ao Lula."

Novas ideias
O capitão Luís Fernando Ribeiro diz que a sindicância dele, iniciada em 2009, "foi arbitrária". Ele defende o ingresso de gays no Exército.

Continuidade
O milico petista diz que apoia Dilma pela "manutenção da estratégia de Defesa" de Lula e condena os "radicais" que rejeitam a ex-guerrilheira.”

O blog do elemento: http://capitaofernando.blogspot.com/2010/04/capitao-afirma-que-democracia-pode.html

Denominaram o movimento de capitanismo (evolução do tenentismo?). Só ai já se vê que a coisa tem base filosófica, pois não é algo "no ar", há um nome, mote, herói, líder, a seguir, a buscar, a se filiar ... E digo mais, pelo que sinto do EB, ele não está preparado para segurar esse movimento. Vai chover ações de indenização que o farrá arriar e ai é o fim mesmo. Comandantes vão ficar com medo de se manifestarem, pois sabem que a força os vai abandonar quando precisarem (pois já faz isso. Olha o pessoal de 64 levando no lombo sozinhos ...).

E a culpa de tudo isso é do próprio Exército, que não instrui melhor seus quadros.

Vai ser a oportunidade de verificarmos se o EB aprendeu alguma coisa com a revolução de 64 e de como lidar com esse tipo de ameaça: usar o judiciário e a máquina administrativo-disciplinar quando alguém desrespeitar seus códigos e a Constituição.


Tem de envolver a AGU, seu corpo jurídico, esclarecer os fatos e embasar seus atos: pronto, acabou o movimento. O silêncio e a ocultação só o alimentam.

Mais um dado sobre o capitanismo: fonte: http://militarlegal.blogspot.com/2008/12/o-capitanismo-sob-ataque.html

"GENERAL RESPONSÁVEL PELAS TRANSFERÊNCIAS DOS MILITARES CANDIDATOS PODE TER QUE PAGAR DO SEU BOLSO R$ 3.600.000,00, POR ESTE ATO ILEGAL.

O Ministério Público Federal (MPF) e entidades de Direitos Humanos estão investigando suposto ato ilegal, com desvio de finalidade, do Exmo Sr Diretor de Cadastro e Movimentações (DCEM) do Exército.Em outubro do corrente ano, cerca de 60 militares da ativa do Exército foram candidatos à cargo eletivo, e quando por ocasião de sua reversão ao serviço ativo às suas Organizações Militares (OM) de origem esses militares foram sumariamente transferidos cada um para um canto do País, pela DCEM, órgão ligado ao Departamento Geral do Pessoal (DGP).

O Capitão Luís Fernando Ribeiro de Sousa(capitaoluisfernando@gmail.com), um dos líderes do Movimento Capitanismo, denunciou essa manobra, um ato maculado de ilegalidade ao MPF, em Porto Alegre - RS e, ainda vem promovendo várias medidas judiciais e políticas para reverter essa tentativa de desarticulação política dos militares.

O objetivo dessas transferências é bem claro : dasarticular as bases políticas dos próximos candidatos a deputado federal, uma vez que essa é a próxima intenção dos líderes do Movimento Capitanismo : lançar "um cara por Estado" à deputado federal em 2010.

Conservadores e não adeptos à onda democrática, alguns militares ligados por conceitos ideológico à época da Ditadura Militar resistem como podem no sentido de frear o curso natural do rio.Um exemplo disso ocorreu no 19 o Batalhão de Infantaria Motorizado (19o BIMtz), com sede em São Leopoldo-RS, quando o seu comandante, TC Hegel impediu o advogado (Dr Vilmar Quizzepe) de um sargento que acabara de ser preso de se comunicar com seu cliente. Não obstante a não aceitar que não haja mais presos incomunicáveis em nosso País, o Sr TC Hegel ainda reuniu os oficiais e disse-lhes que não era para cumprir qualquer decisão judicial nesse sentido, caso o oficial de justiça viesse com algum Salvo Conduto.

Outro fato marcou a tentativa de frear o impulso democrático que toma força nas Forças Militares Brasileiras, quando pessoalmente e reforçado por 03 (três) sargentos especialistas, compareceu no AGGC, OM onde serve o Capitão Luís Fernando(FOTO), nada menos que o responsável pela Contra-Inteligência do EB, o Sr TC Farah, do Centro de Inteligência do Exército (CIE), exatamente 2 dias após as denúncias formais do referido capitão ao MPF.

Medidas de contra-inteligência foram rapidamente tomadas para frear a divulgação que hoje se tormam públicas, em especial uma medida muito parecida a já tomada na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), em 2007, quando o referido capitão lá era aluno: o de restringir o acesso a internet a servidores do Arsenal de Guerra de General Câmara (AGGC).

As transferências sumárias ilegais dos militares-candidatos, com desvio de finalidade, estão sendo acompanhadas pelo MPF, por uma Comissão de Deputados Federais e por entidades de Direitos Humanos para que este caso não tenha consequências pessoais ao cidadão que fez essa denúncia, tentando transformá-lo como "indigno para o oficialato", ou que "promoveu desgaste à imagem da força" e por consequência levá-lo a um Conselho de Justificação e sua exclusão do serviço ativo.

Foi aberto e subtamente revogado pelo Diretor do AGGC, TC Clóvis Eduardo Godoy Ilha, um FATD (Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar) contra o Capitão Luís Fernando e em seguida aberta uma sindicância pelo Exmo Sr General Comandante da 3a Região Militar, eivada de ilegalidade, pois o referido oficial não é nem sindicado, nem sindicante, nem testemunha desse procedimento administrativo , que tem a finalidade de apurar tais denúncias".

É ver e esperar. Um "cara por estado" ... e eles afirmam que vão defender quem? O interesse dos militares? Claaaro ...


Creio que esses capitães andaram assistindo "Capitães de Abril" demais. O que também serve de alerta, porque aqueles capitães é que executaram a Revolução dos Cravos, mas ao final, entregaram o poder a quem realmente podia mandar. Ou seja, tem "peixe grande" nesse lago. 

Existiu um paraíso socialista na Europa?

Por Luiz Eduardo Silva Parreira


De se rememorar que a questão do esfacelamento do bloco vermelho ocorreu porque a Hungria abriu suas fronteiras para o Ocidente. Vinha gente de Vladivostok para comprar sorvete e calça jeans no Ocidente. E isso foi em 1989. Se nesse ano, atrás da cortina de ferro, se escondia tudo quanto é tipo de sujeira e se falsificava todo tipo de dado (até 1991, os casos de AIDS oficialmente reconhecidos pelo governo soviético eram ínfimos e os infectados, claro, "tinham vindo do ocidente"), imagine no pós-guerra e na década de 50? Aquilo era “stone age”, pois além de terem de reconstruir o que a guerra já tinha destruído, ainda o era sob o julgo soviético, “doce e amável”.

O pensamento materialista-positivista soviético esqueceu-se da natureza humana, aquele “senso de irracionalidade” capaz de ignorar o mais poderoso e claro pensamento racional. E o que mais o espírito humano busca é a liberdade, justamente o preço que o comunismo cobra para que possa implantar seu Estado edênico.


No filme “Adeus, Lenin”, nota-se perfeitamente uma Alemanha Oriental com nível de vida muito bom, as pessoas com dinheiro, mas ... faltava um “detalhe”. O filme, inteligentemente, mostra como o dinheiro não significava muita coisa na economia socialista real, quando o filho chega para aliviar a dor da mãe moribunda e diz: Mamãe, fomos agraciados com o carro que compramos! E ela responde: nossa, foi rápido, né!? Só três anos esperando!!! (não nessas palavras, mas nesse sentido). Não era sarcasmo. Ela realmente estava impressionada com a "rapidez" da entrega!


Mas esse mesmo Estado que “dá tudo ao seu povo”, fazia visitas nada amistosas àqueles que tinham parentes que viajavam demais para o exterior. Além de cercar o país todo, literalmente, porque para o governante vermelho, o povo é uma criança que precisa de cuidados e por isso proíbe tudo que se relacione ao exterior, já que não o controla.


Viviam como se no Brasil de hoje: um “líder” amado pelas massas sem nunca ter feito nada de concreto que não o assistencialismo banzé; dentro das fronteiras era passado como se tudo fosse um mar de rosas, com o mundo afundando e o país na crista da onda; os índices de melhora de vida eram apresentados como todos elevadíssimos nos papéis, mas ao se virar o rosto e encarar a realidade, o dado não batia com o dia-a-dia; mesmo havendo vozes destoantes, falar alto e claro contra o partido era quase um pecado (e muito perigoso) e por ai vai. Durou 70 anos ... aqui mal começou ... e não temos uma Alemanha do lado, só "Hungrias", "Romênias", "Albânias" ... o Triste é saber que – no nosso caso - a Alemanha ... somos nós!!! E agora, José?

O expansionismo alemão até a Segunda Guerra Mundial

Por Luiz Eduardo Silva Parreira


No século XIX surgiu a filosofia socialista. Um aglomerado de fatores culminou num pensamento no qual a forma como o mundo estava explorando suas riquezas e pessoas deveriam ser repensadas; porém, sem qualquer raciocino escolástico, somente humanista.


Assim, o socialismo tinha como pontos principais de seus ideais: o trabalhador, o pobre, o explorado, etc. Logo, se havia o oprimido, tinha de haver o opressor, que para os socialistas eram: o patrão, o rico, o explorador, etc.


Deve-se entender que os socialistas imaginavam uma vida melhor para aqueles. Mas não o melhor segundo os ajudados, mas sim, segundo o pensamento socialista.


Das maneiras de se implantar o socialismo, nasceram diversos movimentos, dentre eles o Comunismo e mais tarde, o Nazismo.


Entre os socialistas, estavam aqueles que pensavam numa mudança radical de tudo que existia, para que suas ideias pudessem ser aplicadas. No caso comunista, dentre outras brutalidades, figurava a perseguição às igrejas - já que o Estado deveria ser o ente que o cidadão deveria seguir sem questionar.


O comunismo - num primeiro momento - precisa do ESTADO para aplicar suas ideias, porque a reviravolta social que impõe jamais aconteceria naturalmente. Qualquer livro que explana sobre a imposição do comunismo em algum local não se envergonha de confessar que a violência é necessária para fazer o "ajudado" ver que a visão comunista vai salvá-lo e a todos e tudo.


Já o nacinal-socialismo (nazismo) pensava em NAÇÃO. Nesse caso, não era o Estado o principal, mas aquele elã que ligava um povo. Por isso tinham a ideia de que não importava onde estivesse um alemão, ele era alemão. E onde ele morava - não importando onde fosse também - ali passaria a ser parte da Alemanha.


E ainda entrava nesse conjunto explosivo de ideias coisas como raça superior, espaço vital, tudo para que a nação ariana vivesse confortavelmente. Por isso um mexicano no filme "das Boat" e um americano, no seriado "Band of Brothers". Antes de serem mexicanos ou americanos, eram alemães, pelo pensamento de nação.


É um dos motivos de perseguição aos judeus - além daqueles comumente conhecidos. O Judeu é judeu onde estiver. Daí entenderem que isso fazia com que um judeu jamais pudesse ser um alemão, por mais loiro e com "cara quadrada" que fosse. E deu no que deu, lamentavelmente!


Mas enfim, todos esses pensamentos socialistas pregavam uma melhora de vida, melhores condições de trabalho, mais dignidade; porém, mesmo sendo objetivos ambiciosos, cobravam um alto preço sem qualquer concessão. Ora, o socialismo como filosofia é doce; bem diferente do caminho a percorrer até o "paraíso na terra", que nenhum país socialista atingiu. O que é até lógico, pois, se se chegar ao final do caminho, acaba o poder e esse – para quem o exerce – é mais doce que o socialismo.


Aliás, a questão de democracia só vingou depois da Segunda Guerra Mundial. Antes, ser ditador ou pregar partido único não assustava tanto as populações. E o comunismo e o nazismo acreditavam nisso; fazia parte do pacote socialista.


Logo, quanto ao expansionismo alemão, ele já vinha há pelo menos 100 anos - com erros e acertos. E somado ao pensamento nacional-socialista - do alemão ser alemão onde estiver - exigiram os Sudetos, Danzig, na Polônia e depois se voltaram para as terras do leste, que eram muito boas para ficarem "nas mãos dos eslavos". E os alemães sabiam como era a URSS porque antes da guerra a Alemanha e a URSS eram aliadas. Tinham assinado, dentre outros, o Tratado de Rapallo, em 1922, que permitiu aos alemães treinarem na URSS, por exemplo. Os Alemães aprenderam algumas técnicas aeroterrestres com os soviéticos, e por ai vai.


A ideia de espaço vital nasceu de um sueco, Kjellen, mas que a Alemanha sorveu cada milímetro. Um dos difusores dessa ideia na Alemanha foi Ratzel, que pregava que o Estado era um organismo vivo que se alimentava de territórios. Portanto para o Estado, território é um espaço vital. Isso tudo culminou no determinismo, no qual um espaço era visto "a ser dominado" (alguém ia dominar, então, que seja eu). Há até uma máxima: o determinismo precisava dominar o meio, logo, não tinha tempo de modificá-lo. E disso saiu toda aquela coisa de que o espaço determina o homem e coisas do gênero.


Portanto, para que as fábricas alemãs tivessem recursos para voltarem a ser um parque monstruoso como no início do século XX, para que seus trabalhadores tivessem melhores condições de vida; enfim, para que o Império nazista fosse o máximo, se os outros tivessem de ser escravizados, dizimados ou excluídos, tudo bem. E para isso a expansão territorial era inevitável e a guerra também. O espaço vital já vinha no pacote alemão antes do nazismo, o qual executou aquela vontade e deu no que deu.


Interessante notar que outros países também acreditavam em dominar partes de outros e se mostravam agressivos para isso. Quem rosnasse mais, era visto como melhor. Depois da Segunda Guerra Mundial, a coisa mudou. Não era "politicamente correto" ser malvado. E isso refletiu nos países na mudança de alguns detalhes, como naqueles que tinham o Ministério da Guerra, que passaram a ser Ministério do Exército, da Defesa. Tudo a mesma coisa, mas agora mostrando os dentes sorrindo, não rangendo.