sábado, 8 de maio de 2010

Existiu um paraíso socialista na Europa?

Por Luiz Eduardo Silva Parreira


De se rememorar que a questão do esfacelamento do bloco vermelho ocorreu porque a Hungria abriu suas fronteiras para o Ocidente. Vinha gente de Vladivostok para comprar sorvete e calça jeans no Ocidente. E isso foi em 1989. Se nesse ano, atrás da cortina de ferro, se escondia tudo quanto é tipo de sujeira e se falsificava todo tipo de dado (até 1991, os casos de AIDS oficialmente reconhecidos pelo governo soviético eram ínfimos e os infectados, claro, "tinham vindo do ocidente"), imagine no pós-guerra e na década de 50? Aquilo era “stone age”, pois além de terem de reconstruir o que a guerra já tinha destruído, ainda o era sob o julgo soviético, “doce e amável”.

O pensamento materialista-positivista soviético esqueceu-se da natureza humana, aquele “senso de irracionalidade” capaz de ignorar o mais poderoso e claro pensamento racional. E o que mais o espírito humano busca é a liberdade, justamente o preço que o comunismo cobra para que possa implantar seu Estado edênico.


No filme “Adeus, Lenin”, nota-se perfeitamente uma Alemanha Oriental com nível de vida muito bom, as pessoas com dinheiro, mas ... faltava um “detalhe”. O filme, inteligentemente, mostra como o dinheiro não significava muita coisa na economia socialista real, quando o filho chega para aliviar a dor da mãe moribunda e diz: Mamãe, fomos agraciados com o carro que compramos! E ela responde: nossa, foi rápido, né!? Só três anos esperando!!! (não nessas palavras, mas nesse sentido). Não era sarcasmo. Ela realmente estava impressionada com a "rapidez" da entrega!


Mas esse mesmo Estado que “dá tudo ao seu povo”, fazia visitas nada amistosas àqueles que tinham parentes que viajavam demais para o exterior. Além de cercar o país todo, literalmente, porque para o governante vermelho, o povo é uma criança que precisa de cuidados e por isso proíbe tudo que se relacione ao exterior, já que não o controla.


Viviam como se no Brasil de hoje: um “líder” amado pelas massas sem nunca ter feito nada de concreto que não o assistencialismo banzé; dentro das fronteiras era passado como se tudo fosse um mar de rosas, com o mundo afundando e o país na crista da onda; os índices de melhora de vida eram apresentados como todos elevadíssimos nos papéis, mas ao se virar o rosto e encarar a realidade, o dado não batia com o dia-a-dia; mesmo havendo vozes destoantes, falar alto e claro contra o partido era quase um pecado (e muito perigoso) e por ai vai. Durou 70 anos ... aqui mal começou ... e não temos uma Alemanha do lado, só "Hungrias", "Romênias", "Albânias" ... o Triste é saber que – no nosso caso - a Alemanha ... somos nós!!! E agora, José?

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