quinta-feira, 4 de março de 2010

"The Saddam Family" (A&E, 2004)

Por Luiz Eduardo Silva Parreira

O Iraque é um país do Oriente Médio. Sua capital, Bagdá, é banhada pelos rios Tigre e Eufrates; a Mesopotâmia. Lá foi o berço da humanidade. É a terra de Abraão e de Nabucodonosor. Terra dos jardins suspensos da Babilônia.

Mas todos se lembram do Iraque da época da I Guerra do Golfo, quando invadiu o Kuaite¹, em 1991. Presidia o país neste último período o ditador Saddam Hussein.

Husseim ainda participou como presidente da II Guerra do Golfo, quando foi deposto, em 2003.

Criado dentro dos fortíssimos laços de irmandade proveniente da tradição dos clãs, seu governo mantinha parentes próximos em postos-chave.

Mas o seu círculo mais próximo, formado pelos filhos e esposas, é que objeto do documentário, sendo que a figura de destaque o filho mais velho de Saddam, Uday.

Saddam era um assassino frio. Mandou executar seus opositores sem qualquer remorso e quando chefe da polícia secreta, levava seus filhos homens para assistirem as sessões de tortura praticadas contra aqueles que ousavam desafiar os socialistas do Baath, seu partido político. E Uday saboreava cada segundo. Admirava Hitler e Stalin.

Este monstro cresceu convicto de que era intocável - filho do ditador - e por isso cometeu barbaridades: mandou matar moças que se recusaram a namorar com ele, estuprou meninas de 13 anos; pobres, da periferia de Bagdá. Usava drogas e quando bêbado, atirava a esmo na direção de pessoas, só por diversão. Há uma cena no filme que inclusive mostra um momento desses. Era um sádico e louco que pensou que conseguria fugir do cerco feito pelos aliados em Mosul. Resisitiu e foi morto, jundo com o irmão, Qusay, que estava sendo preparado para assumir o lugar de Saddam.

A Bagdá dos anos 80 era o "playground" dos Hussein: carros caros, viagens, palácios e jóias. Tudo parecia que jamais teria fim. Mas nada é para sempre.

E Uday foi o pivô do primeiro desastre familiar. Seus cunhados, generais do Exército Iraquiano, que haviam fugido para a Jordânia e lá revelado alguns segredos do regime; sob a promessa de Saddam de que poderiam voltar, pois perdoados, foram mortos pelos filhos do ditador dias depois de terem cruzado a fronteira.

Hoje suas filhas moram na Jordânia, com seus netos. Vivem supostamente do dinheiro sacado às pressas dos bancos de Bagdá, antes da invasão de 2003, pelo ditador.

O filme termina com as cenas da captura de Saddam e sua inspeção médica. Foi produzido em 2004. Dois anos depois, Saddam foi sentenciado à forca, como seus inspiradores nazistas.

Muito bom o documentário.
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¹Escrita adotada pelo Itamaraty.

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